Acessibilidade para todos. Esse é o lema da Prefeitura de Altamira ao fornecer um espaço de convivência e fortalecimento de vínculos para a comunidade surda da cidade. O centro é destinado ao atendimento de famílias e pessoas surdas e tem como objetivo estimular a integração e a troca de experiências entre os participantes, promovendo o respeito às diferenças, ao autoconhecimento, a autoconfiança e a cidadania.
Os encontros acontecem uma vez por semana, sempre às sextas-feiras na parte da manhã, no Centro de Convivência, que oferta o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), onde os atendimentos ocorrem por meio de atividades culturais, esportivas e de lazer. Ouvintes e surdos passam horas juntos em atividades de socialização e aprendizado.
A intérprete de libras, Ingrid de Raquel, conta que o espaço oferta uma excelente oportunidade de troca de experiência entre os participantes. “Nesse espaço, os surdos se reúnem para ter esse contato, ter essa comunicação com os outros surdos que é muito válida, para trazer também a visibilidade para a comunidade surda. E aqui eles conversam entre si, trocam experiências, também os familiares dos surdos participam, e eles vêm para cá para ter essa conversa com os surdos, ter um contato maior, trazendo seus filhos, crianças que são surdas, então eles tendo esse contato com os surdos, eles vão aprendendo a língua materna deles, que é a língua de sinais”, afirma.
Genaia Cristina de Oliveira Pedrosa, é estudante de Letras/Libras, e frequenta o local para aperfeiçoar seus conhecimentos acerca do idioma. Ela aproveitou a oportunidade para integrar sua filha autista às atividades do centro. “Nós estamos gostando demais, inclusive eles não tinham esse espaço antes e agora com o espaço temos mais visibilidade. Agora ficou muito bom porque a gente vem pra cá e temos a oferta de aulas práticas de libras. Aqui ocorre não só a inclusão para as pessoas surdas, mas também para as demais, como por exemplo, a minha filha, que eu estou trazendo aqui para o centro também, e ela é autista. E aqui ela está aprendendo, gostando e tendo uma oportunidade que eu não tive, já que sofri muita exclusão, porque os autistas não têm um círculo grande de amizades. Mas quando a gente chega aqui junto com a comunidade surda, eu vejo que todo mundo é igual, eu estou achando isso maravilhoso”, celebra.
Nos encontros semanais acontecem oficinas, cursos, dentre outros eventos, realizados com a participação de usuários, suas famílias e da comunidade, visando trabalhar temas específicos ou que demandam um maior aprofundamento, como explica Wellinton Freitas, surdo, professor de libras e vice-presidente do Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante dos Surdos de Altamira (ICEPSA). “Aqui nós temos a frequência dos surdos e a gente pode ter essa comunicação, ter reuniões mais formais, tanto ouvinte como surdos também podem vir até esse local. O governo também tem nos ajudado bastante, nós temos cursos em Libras, por exemplo, tivemos curso agora de doces, foi uma oportunidade também para os surdos”, relata.