Lourival dos Santos é criador de gado leiteiro no travessão dos Quatro Bocas, zona rural de Altamira. Proprietário de um laticínio, o produtor rural foi um dos dezenas de participantes do III Seminário de Produção de Leite em Pastagem Tropical da região do Xingu.
“Eu fiz todo o esforço para estar aqui, porque sozinho não conseguimos alcançar nada. Fiquei buscando genética de fora, mas sem conhecimento, trabalhamos perdidos. Nessa gestão, tivemos grande apoio e, se Deus quiser, vamos alcançar nosso objetivo. Queremos criar uma bacia leiteira na nossa região, para ajudar os pequenos produtores. Sem o conhecimento adequado, continuamos trabalhando com vacas de pouca produção, o que não leva a lugar nenhum. Fiz questão de vir para o seminário para ouvir, aprender e levar conhecimento para dentro da minha propriedade”, afirmou o produtor.
O seminário realizado nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, no Centro de Eventos Vilmar Soares, reuniu dezenas de produtores rurais e estudantes dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Em um ambiente de troca de conhecimentos, os participantes abordaram temas sobre o aumento da produção leiteira em pastagens tropicais e o aprimoramento das práticas agrícolas e zootécnicas na região.
Salim Jacaúna, professor da UFPA, enfatizou a importância socioeconômica da pecuária leiteira para a região. “A pecuária leiteira é uma atividade de extrema importância para o Xingu, principalmente para os pequenos produtores. O leite é um produto essencial na mesa do consumidor, e esperamos que, com este seminário, os produtores se empenhem ainda mais em melhorar a produção e fortalecer toda a cadeia produtiva”.
O seminário teve como objetivo fortalecer a cadeia produtiva do leite na região, sendo um ponto de encontro importante para técnicos, pesquisadores, produtores rurais e estudantes.

O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do Brasil, é um dos maiores produtores de leite e derivados do país. Dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) apontam que o Estado possui 74 laticínios registrados no Serviço de Inspeção Estadual.
A região do Xingu possui grande potencial para a produção leiteira. Desde a década de 70, com a colonização da rodovia Transamazônica (BR-230), a região tem se destacado na pecuária.
Jorge Gonçalves, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Altamira (Siralta), ressaltou a importância do seminário para o crescimento do setor. “Nosso objetivo é promover o crescimento do segmento leiteiro, apoiar os produtores nas suas necessidades e fomentar a adoção de tecnologias que melhorem a produção”.
Estimativas da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), apontam que mais de 5 mil litros de leite são extraídos diariamente na cidade, abastecendo tanto o mercado urbano quanto rural. Parte dessa produção é destinada à fabricação de queijos e outros derivados, que são industrializados em um laticínio local.
Para Sérgio Mota, secretário de Agricultura, o potencial da atividade leiteira é uma fonte de prosperidade para a região. “Com a realização desse seminário, levamos conhecimento e informações valiosas para o desenvolvimento da nossa bacia leiteira. O leite é uma atividade altamente produtiva e rentável, e nossa missão é trazer prosperidade para Altamira por meio dessa cadeia”.
O prefeito de Altamira, Loredan Mello, salientou o papel essencial da bacia leiteira para o município e reforçou o compromisso de apoiar e fornecer investimentos para o setor. “Esse segmento da bacia leiteira é fundamental para economia da nossa região, nossa região terá amplo investimento em obras e serviços, mas o Agro é a nossa bandeira. Em Altamira, temos uma gama de pequenos produtores que podem, recebendo orientações, formar uma cooperativa e com isso produzir leite em grandes quantidades. Temos aqui alguns laticínios, mas precisamos de mais”.

O Seminário foi realizado pela Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais de Altamira (Siralta), da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Sebrae, do Sicredi, da Embrapa, da Emater e do Governo do Pará.
Texto: Antonio Luiz Ferreira
Fotos: Ezequias Alves