Uma reunião para apresentar os impactos da estiagem, apresentar as necessidades, buscar soluções e propor alternativas para reverter o atual cenário de seca em Altamira.
Foi com esse objetivo que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a Secretaria de Segurança Pública, Mobilidade Urbana e de Articulação da Cidadania (Segmuc), por meio da Defesa Civil de Altamira, se reuniram com o Ministério da Saúde, além de representantes da Secretaria de Estado da Saúde, da Defesa Civil Estadual, do 9° Grupamento de Bombeiros MIlitar e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).
Durante a reunião, foram discutidos os impactos desses fenômenos, incluindo o aumento de focos de incêndio, o agravamento das doenças respiratórias, as dificuldades logísticas para acessar as áreas afetadas, bem como a necessidade de doação de insumos.
Com a conclusão da reunião, a equipe técnica do Ministério da Saúde, composta por membros da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, irá elaborar um relatório detalhado sobre os efeitos das mudanças climáticas em Altamira.
“Foi muito produtiva a reunião, dada a quantidade de informações que foram repassadas, tanto do município, quanto do estado e do governo federal. Uma reunião muito enriquecedora. E o melhor é saber que nossas informações chegarão ao estado e ao governo federal”, diz Oduvaldo Júnior, coordenador da Defesa Civil de Altamira.
De acordo com o monitoramento de queimadas para vigilância em saúde, durante a semana epidemiológica 40, Altamira foi um dos 44 municípios paraenses que, por pelo menos dois dias consecutivos, registraram níveis de concentração de material particulado fino superiores ao recomendado pelas diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde.
Em setembro deste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica nos principais rios de Altamira, como o Rio Xingu e o Rio Iriri, até 30 de novembro.
As comunidades ribeirinhas que habitam as três Reservas Extrativistas (RESEX) de Altamira – RESEX Rio Iriri, RESEX Riozinho do Anfrísio e RESEX Rio Xingu – também foram impactadas pela crise hídrica. Nessas áreas, vivem mais de 300 famílias, totalizando cerca de 1.300 pessoas.
Essas populações, assim como os indígenas, enfrentam dificuldades no acesso a serviços de saúde, como atendimento odontológico e médico, atualização do calendário vacinal, distribuição de medicamentos e insumos, além do desabastecimento de alimentos.
O Dsei informou que há uma população de 2.271 indígenas distribuídos em 71 aldeias em Altamira, sendo que 19 dessas aldeias foram afetadas pela seca, impactando cerca de 530 indígenas devido à falta de água potável, dificuldades de navegação e a escassez de alimentos, como peixes, essenciais à alimentação local.