Os corredores do Centro de Eventos Vilmar Soares ficaram pequenos para milhares de pessoas que disputaram as atrações oferecidas pelos 150 expositores, com mais de 200 marcas. De acordo com a coordenação, mais de 30 mil pessoas visitaram os espaços do Centro de Eventos.
Entre os destaques deste segundo dia, o Circuito Gastronômico, uma espécie de MasterChef criado especialmente para o Festival Internacional do Chocolate e Cacau. A disputa que iniciou com 15 restaurantes levou para dentro do Festival 6 finalistas. O título de prato que mais agradou ao paladar de chefs exigentes ficou com a empresa Cacauway, com o prato ‘BrownieWay. A sobremesa é um sorvete regional regado a calda de chocolate e praliné de nibs de cacau e castanha.
Para Rita Aguiar, chocolatier da CacauWay, a conquista do troféu do primeiro Circuito Gastronômico teve gosto de puro chocolate, literalmente. “O sentimento é de gratidão. O reconhecimento da nossa região, que esse prêmio não é meu, esse prêmio é nosso, é da nossa região, de uma região que até um tempo atrás era considerada como uma região que não tinha cacau de qualidade, que era refugo e que hoje nós temos amêndoa, ouro e que estamos aí na gastronomia, nos bares, nos restaurantes, cafeterias e o sentimento é gratidão mesmo, gratidão à família CacauWay”, comemora.
A chefe argentina Mariana Corbetta, jurada do Circuito, se surpreendeu com a qualidade dos pratos servidos pelos restaurantes de Altamira, inspirados na temática do Festival: o chocolate. “Estou surpresa pela apresentação, pela experiência e pela dedicação de todos eles. Eu gostei muito porque são sabores novos para mim, que eu sou de Argentina e há sabores que eu não conheço, e eu buscava a inovação e também a sabores que descubra em boca diferentes e eu surpreendi muito com tudo isso, não esperava tantas sobremesas incríveis”, relata.
A Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) é a responsável pela organização do Circuito Gastronômico. Eliana Couto, titular da pasta, explica que essa grande final veio com sensação de dever cumprido, mas principalmente, traduz a qualidade do que é produzido nas cozinhas altamirenses, um dos atrativos para os turistas.
“O nosso sentimento é de realização, a gente faz as coisas com tanto carinho, com tanta devoção, porque nós queremos ver a nossa região crescer, ir pra frente, então quando você vê o sucesso de uma ação concebida dentro da Secretaria de Turismo, uma ação maravilhosa criada pela Secretaria, a gente vê que nós da gestão ‘Mais Vida e Mais Futuro’ estamos no caminho certo para o desenvolvimento do turismo, então isso pra nós é muito importante, é muito significativo e você vê a participação do público, da população, do Altamirense, tendo a consciência do quão valioso esse circuito é”.
Para conhecer a lista completa dos restaurantes e seus respectivos pratos, basta acessas as páginas oficiais da Prefeitura, no Instagram e no Facebook. Aliás, as delícias que encantaram os chefs responsáveis pela escolha da receita campeã, também repercutiram na web.
Com o Circuito Gastronômico, a Prefeitura de Altamira inova, de novo. Ano passado, na primeira edição, a ideia foi estimular empresários locais a usar a criatividade ao desenvolver pratos exclusivos inspirados no evento.
A segunda noite do Chocolat Xingu também foi marcada por palestras, mesas-redondas e workshops sobre o cultivo de cacau, o combate a pragas, oportunidades de crédito para os produtores, a regularização fundiária e o papel da cacaicultura na Conferência do Clima, que será realizada em Belém no próximo ano, entre outras temáticas.
Para Dulcimar Melo, engenheira agrônoma da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará, oportunizar conhecimento aos produtores durante o evento é muito importante. “O festival se constitui de um tripé, que é negócios, capacitação e também a parte de demonstração. Nós temos a feira e esse aqui é um momento muito importante para os produtores se orientarem, perguntarem. Eles precisam saber o que é a COP, o que está acontecendo no mundo da agricultura, sobre as doenças, sobre as tecnologias, todos esses assuntos técnicos e outros assuntos de mercado. Então, para além da negociação de chocolate de cacau, durante o festival, oportunizar conhecimento pelos produtores é muito importante”, destaca.
Entre os lançamentos da edição deste ano, estão as biojóias da Associação Indígena Berê Xicrin, da Terra Indígena Trincheira Bacajá. Produzidas pelas mulheres da TI, que reúne 14 aldeias, a comunidade vê o festival como uma oportunidade, como destaca o presidente da associação Bepkamati Xicrin. “É muito bom nesse festival pra gente mostrar a nossa cultura para a gente ser reconhecido no Brasil inteiro que a gente tem pinturas, biojóias, vestidos, tecidos que o pessoal vem comprar nesse festival e levar o nosso artesanato para outras pessoas e todo mundo ver que a gente está fortalecendo a nossa cultura”.
As atrações do evento como o ‘Atelier’, a ‘Rota Turística do Cacau ao Chocolate’, o ‘Show Cooking’, o ‘Kids Cooking’ e escultura de chocolate atraem a atenção do público.
Por falar na escultura, o monumento está evoluindo a cada momento, esculpida pelo chefe Léo Vilela. Este ano representando um pescador na canoa, com mais de um metro de comprimento, que tem impressionado os visitantes.
Participando pela primeira vez do festival, o universitário Gleidson Araújo, visitou o evento pelos amigos de universidade e acompanhou de perto da evolução da escultura. “Eu estou muito interessado nessa escultura. Eu acho que ela vai terminar lá pro último dia, e eu quero vim ver como é que vai ser. Eu estou gostando muito tem muitas atrações novas, lugares pra tirar foto. Eu estou muito animado com esse festival, está sendo uma experiência nova com meus amigos e vai ficar marcada pra minha vida toda”, conta.
O grupo folclórico ‘Explosão Bela Vista’ também marcou presença no evento, com uma performance vibrante e envolvente, o grupo trouxe ao público toda a riqueza cultural da região, celebrando tradições que atravessam gerações.
Além do grupo folclórico, cantores locais também brilharam no palco, apresentando músicas que animaram ainda mais o público presente. Com um repertório variado, as vozes dos artistas enceraram a segunda noite do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, demonstrando o talento musical de Altamira.
O Festival Internacional do Chocolate e Cacau ainda tem muito a oferecer até domingo, 16, quando se despede do público deixando saudade. Você que ainda não acompanhou o evento, não perca. Até domingo, o Centro de Eventos Vilmar Soares é o ponto de encontro de quem aprecia boa comida, arte inspirada nas culturas amazônicas e muito, mas muito chocolate.