Uma noite para celebrar o meio ambiente, a cultura da região Xingu e os índices surpreendentes de redução do desmatamento em Altamira. Assim foi a noite de abertura da 3ª edição do Concerto Ambiental, marcado pelo sucesso de público com mais de 500 pessoas presentes.
A primeira atração da noite foi a abertura da 3ª Feira da Bioeconomia, que contou com a participação de mais de 50 expositores, entre vendedores de chocolate, artesãos e produtores de biodegradáveis, proporcionando a comercialização e o incentivo aos mantenedores da bioeconomia.
Para José Carlos Guimarães Cruz, expositor de produtos de chocolate, o evento proporciona debates fundamentais para a preservação do meio ambiente e traz benefícios para as diferentes classes da sociedade. “Esse momento é muito importante, tanto para cuidar da questão do meio ambiente, para discutir o meio ambiente, discutir a biodiversidade, discutir a bioeconomia e a sustentabilidade. Temos que preservar a mata em pé e temos também que crescermos na bioeconomia, trazendo benefícios tanto para o ribeirinho quanto para as sociedades tradicionais e também para os empreendedores” afirma.
As comunidades indígenas tiveram protagonismo na cerimônia de abertura, realizando diversas apresentações culturais, entre elas as etnias Assurini e Xipaya, para o público presente de mais de 400 pessoas.
“Participando desse evento, a gente demonstra que a gente tem interesse também de divulgar a nossa cultura e mostrar um pouco da nossa realidade do dia a dia. Esse evento, como ele é específico para tratar da preservação do meio ambiente, ele é muito bom porque isso faz com que a própria população que desmata, ter consciência que se precisa respeitar a floresta, precisa respeitar a área indígena e nós indígenas, porque todos nós precisamos da floresta”, relata Kwai Assurini, da etnia Assurini.
A noite foi encerrada com a apresentação da Orquestra de Violoncelistas da Amazônia, que levaram ao delírio do público com músicas paraenses e clássicos do Rock’n Roll. A orquestra vinda de Belém possui 9 integrantes e tem como coordenador o músico altamirense Áureo de Freitas.
Neste ano, o Concerto tem como temática ‘Sistemas Agroflorestais: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e Resiliência Climática’, tendo como pilar o projeto ‘Refloresta Altamira’, que visa fomentar o apoio a recuperação de 812 hectares de áreas degradadas com espécies florestais nativas da região de Altamira, utilizando a implantação de Sistemas Agroflorestais, como modalidade de reflorestamento para recomposição de área de preservação permanente, reserva legal e áreas de uso alternativo do solo, em unidades de produção familiar no municipio de Altamira.
“O projeto Refloresta Altamira, está no concerto para dar mais força ao projeto e também discutir essa temática que é uma das temáticas que vem sendo bem aceita na região, as SAFs, que tem como planta principal o cacau, que é uma cultura consolidada na região que gera emprego e renda para os produtores, então nós resolvemos trazer isso para dar mais ênfase ao projeto Refloresta e também trazer essa discussão para dentro do concerto ambiental desse ano”, destaca Darli Costa, coordenador do projeto, pela Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente (Semma).
O Concerto Ambiental segue com uma vasta programação de mesas redondas e debates nesta quarta, 5 de junho, até sexta-feira, 07, das 8h da manhã até às 18h, encerrando ao meio dia na sexta-feira. Até lá, vários especialistas e convidados trarão para a mesa de discussão a recomposição florestal, o manejo de recursos florestais, desenvolvimento de baixo-carbono da Amazônia, sintonia floresta e clima, entre outros. O Concerto Ambiental é aberto ao público.