Altamira figurou entre os anos de 2013 e 2018 como o município brasileiro que registrou as maiores áreas de desmatamento da Amazônia Legal. Em 2019, a situação se manteve igual, com o município registrando as maiores áreas de derrubada de florestas tropicais no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A área desmatada entre os anos de 2013 e 2018 foi de 1.900 quilômetros quadrados, 5,43% de todo o desmatamento que ocorreu na Amazônia no período, tornando Altamira epicentro do abandono ambiental.
O cenário começou a mudar a partir de 2021, na gestão ‘Mais Vida, Mais Futuro’, com iniciativas como o Projeto ‘Refloresta Altamira’, lançado pela Prefeitura, ajudando a recuperar uma área equivalente a 812 hectares com espécies florestais nativas da região. Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e pela Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), tendo como parceiro o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor/PA), o projeto busca reverter o impacto causado pelo desmatamento em anos anteriores.
E para assegurar e garantir a solução desse problema, Altamira ganhou mais um reforço. No dia 9 de abril, a Prefeitura aderiu ao programa ‘União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia’. Lançado pelo governo federal, o programa prevê R$ 730 milhões a serem investidos na promoção do desenvolvimento sustentável e no combate ao desmatamento e incêndios florestais.
Os investimentos ajudarão o país a atingir a meta de desmatamento zero até 2030, ao mesmo tempo que Altamira receberá apoio em ações para a prevenção, monitoramento, controle e redução da degradação ambiental.
Por aderir à iniciativa, Altamira receberá R$ 500 mil em equipamentos e serviços para a estruturação de escritórios de governança que melhorarão a gestão ambiental, a cooperação entre governo municipal e federal e o monitoramento do desmatamento. Agora, o município será priorizado em ações de apoio à regularização ambiental e fundiária, de análise de requerimento de desembargo, de fomento à recuperação de vegetação nativa, entre outros incentivos.
O programa também prevê estímulo financeiro aos municípios que alcançarem a redução no desmatamento, como explica o presidente da Associação Consórcio Belo Monte, Claudomiro Gomes. “Quanto mais um município contribuir com a redução no desmatamento, mais recursos ele irá receber, então eu acho que é o momento de toda a sociedade altamirense se unir, uma vez que essa é uma questão hoje que está posta e não posta pelos governos, é uma questão que está posta pela ordem mundial. Então eu vi como muito importante esse momento, acho que Altamira mais uma vez cumpre o seu papel de ser esse município líder na transamazônica e no Xingu”, relata o também gestor de Altamira.