Nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, o Auditório da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) foi palco de um evento de grande relevância para as comunidades pertencentes a Terra do Meio. O Curso de Formação voltado para professores e professoras das escolas do campo, Resex e indígenas, abordou de forma abrangente o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
O curso contou com a presença de representantes do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) do governo federal, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Fundação GIZ. O intuito foi proporcionar aos participantes uma compreensão mais profunda do PAA e suas implicações nas comunidades, visando aprimorar a alimentação dos alunos nas escolas e garantir geração de renda para as comunidades.
Francisco de Assis, morador da comunidade São Francisco, foi um dos destaques do evento ao compartilhar sua inspiradora trajetória. “Faltava e falta mais presença do governo dentro das comunidades. O projeto (tem como objetivo) vender produto que nós conseguimos produzir no território para a merenda escolar e doar (o que sobra) na cidade para quem mais necessita. E a grande importância do projeto, o maior privilégio dele, é poder vender o meu produto e comer o meu produto, o governo te compra, te paga e te devolve, e isso é muito maravilhoso”.
O agricultor destacou a variedade de alimentos fornecidos às escolas da comunidade, que incluem farinha, açaí, peixe, tapioca e cará, todos produzidos organicamente. “Eles conseguem comer aquilo que é produzido na comunidade, que são orgânicos e tá dando muito certo e todo mundo tá feliz com isso”, enfatiza o agricultor.
A formação, direcionada a professores, gestores e representantes das organizações na Terra do Meio, abriu espaço para a compreensão do PAA como uma oportunidade para captar recursos e melhorar a qualidade da alimentação nas escolas da região.
Luiz Antônio de Oliveira, antropólogo da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, explicou a relevância do programa e destacou que o PAA tem um caráter transformador. “A gente veio falar um pouco mais sobre essa ação, sobre esse programa e a importância dele juntos as comunidades extrativistas, os indígenas que fazem parte da rede da Terra do Meio, e essa é uma ação que tem um caráter transformador nas comunidades, ele (PAA) vai juntar as pontas de uma política pública que estavam separadas, quem produz e quem precisa consumir, ele junta os dois e ainda tem a vantagem de valorizar e fortalecer a agricultura familiar, os alimentos tradicionais nas comunidades e remunerar as comunidades com práticas de alimentação que elas já faziam mas que não recebiam nada por isso, agora a gente faz isso, melhora a merenda escolar, melhora a alimentação e melhora a renda das comunidades”, enfatiza.
Renison Freitas, diretor do Polo Educacional Indígena Maeta Arara, situado na Terra Indígena Arara, ressaltou a importância do PAA para a comunidade Arara do Laranjal. “O PAA chegou pra gente com uma importância incrível, primeiro porque é uma alimentação tradicional do povo Arara e eles vão poder comercializar o que eles produzem dentro da comunidade e introduzir isso dentro das escolas, para os nossos alunos. E isso se torna importante por conta da alimentação saudável”.
O evento foi, sem dúvida, uma oportunidade valiosa para disseminar conhecimento e fortalecer a implementação do PAA, promovendo práticas alimentares mais sustentáveis e benéficas para as comunidades de Altamira e da Terra do Meio.