A tarde desta quarta, 18 de outubro, foi de festa no aeroporto de Altamira, com a chegada do bispo emérito do Xingu, Dom Erwin Kräutler, que retornou ao município após mais de um ano fora do Brasil. A prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, levou a banda municipal para animar a festa de recepção. E os músicos tocaram uma “Utopia”, canção muito cantada pelo bispo nas celebrações presididas por ele.
O saguão do aeroporto ficou lotado de autoridades, amigos e fiéis que foram abraçar Dom Erwin. O gestor municipal expressou alegria em receber o bispo, figura eclesial muito importante para o Xingu. “Que felicidade. Eu, a Poli e uma multidão fomos lá no aeroporto dar um abraço e desejar boas-vindas a Dom Erwin e dizer que a cidade que o ama está se sentindo abençoada com seu retorno”, disse Claudomiro Gomes.
Dom Erwin Kräutler, de 84 anos, é bispo emérito da Diocese do Xingu e se tornou uma figura importante na defesa das causas ambientais, indígenas e humanitárias na região amazônica e internacionalmente. Com mais de 40 anos de Amazônia, ele é conhecido por seu comprometimento com a preservação da floresta amazônica e os direitos dos povos indígenas que vivem na região. Nascido na Áustria, chegou ao Pará em 1965, mas já sonhava com o Xingu desde menino, pois ouvia as histórias contadas em carta por seu tio, então missionário na região. Em 1981, Erwin, já naturalizado brasileiro, foi consagrado bispo, em substituição a seu tio, D. Eurico Kräutler.
Ativista reconhecido mundialmente, o religioso já recebeu prêmios e reconhecimentos por seus esforços, incluindo o Prêmio Right Livelihood (conhecido como o “Prêmio Nobel Alternativo”) em 2010. Em 2006, recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará o prêmio José Carlos Castro de Direitos Humanos, por sua luta em defesa da vida na Amazônia. Além disso, ele já foi homenageado com diversos prêmios no exterior, cidadania emérita em muitas cidades do Pará e três doutorados honoríficos por seu trabalho em defesa dos direitos humanos.
Por mais de 30 anos foi bispo da Prelazia do Xingu, hoje Diocese, localizada no estado do Pará, na região amazônica brasileira. Durante seu episcopado, ele enfrentou desafios ambientais e sociais significativos, como a degradação da floresta amazônica, a violação dos direitos dos povos indígenas, a exploração de recursos naturais na região, além de desempenhar um papel fundamental na defesa dos direitos humanos e na promoção de práticas sustentáveis na Amazônia.